Agronegócio
Boi gordo tem mais um dia de recorde na B3; veja notícias desta terça
Por sua vez, os preços da soja, milho e café registraram alta no mercado físico, sendo que esse último renovou a máxima histórica
Boi: arroba volta a ter alta expressiva na B3
Os contratos futuros do boi gordo negociados na B3 voltaram a ter um dia de alta expressiva, com os dois próximos vencimentos já acima de R$ 300 por arroba. O contrato para março passou de R$ 302,85 para R$ 305,35, o para abril foi de R$ 296,60 para R$ 301,50 e por fim, o para maio subiu de R$ 291,10 para R$ 296,20 por arroba.
De acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a quarta semana de fevereiro foi a de maior embarque de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada para fora do país em 2021. O volume total foi de 30,81 mil toneladas embarcadas, levando o resultado do mês para 102,12 mil toneladas. Ainda assim, o número ficou 7,64% menor que no mesmo período do ano passado.
Milho: preços têm leve valorização no Brasil
O indicador do milho do Cepea, calculado com base nos preços praticados em Campinas (SP), teve um dia de preços mais altos. A cotação variou 0,21% em relação ao dia anterior e passou de R$ 85,41 para R$ 85,59 por arroba. Dessa forma, no acumulado do ano, o indicador teve uma alta de 8,82%. Em 12 meses, os preços alcançaram 59,83% de valorização.
Em fevereiro, o Brasil exportou 822,9 mil toneladas de milho, após embarcar 2,548 milhões de toneladas em janeiro. A média por dia útil ficou em 45,7 mil toneladas e ficou 141,8% acima do registrado em fevereiro de 2020. Com o avanço, ainda que atrasado, da colheita da soja, os embarques de milho vão se reduzindo até a entrada da segunda safra.
Soja: cotações sobem mesmo com baixa em Chicago
De acordo com a consultoria Safras & Mercado, as cotações da soja subiram no mercado brasileiro, apesar das baixas observadas em Chicago e do leve recuo do dólar em relação ao real. Os negócios são escassos, pois o produtor segue acompanhando a colheita, que permanece atrasada. Em Passo Fundo (RS), a saca subiu de R$ 166 para R$ 168, e em Rondonópolis (MT), de R$ 158 para R$ 161,50.
Apesar de ainda estar bastante atrasada, a colheita avançando faz com que os números de exportações da soja melhorem. Em fevereiro, os embarques ganharam ritmo somente entre a terceira e quarta semana, e chegaram a um total de 2,897 milhões de toneladas. Isso resultou em uma média diária de 160,95 mil toneladas, ainda 40,1% abaixo do registrado em fevereiro do ano passado.
Café: arábica renova recorde apesar de queda em Nova York
O indicador do café arábica do Cepea teve um dia de leve alta dos preços, mas foi o suficiente para renovar o recorde nominal da série histórica. O movimento ocorreu mesmo um cenário de nova queda em Nova York. A cotação variou 0,11% em relação ao dia anterior e passou de R$ 746,5 para R$ 747,32 por saca. Dessa forma, no acumulado do ano, o indicador subiu 23,18%.
Em Nova York, as cotações do arábica recuaram pelo segundo dia consecutivo. O vencimento para maio passou de US$ 1,375 para US$ 1,358 por libra-peso, uma baixa de 1,24%, após cair 1,82% no pregão do dia anterior.
No exterior: alta volatilidade nos mercados globais
A alta volatilidade tem sido destaque nas bolsas nos últimos dias. Após uma semana de fortes baixas em virtude do aumento das taxas do Tesouro norte-americano, os índices acionários se recuperaram nesta segunda-feira, 1º. Porém, hoje os mercados voltam a apresentar fraco desempenho na abertura do dia e podem sinalizar que a recuperação de segunda foi um breve descanso.
Os investidores seguem muito focados no mercado de juros. Os títulos com vencimento para dez anos chegaram a atingir 1,6% na semana passada. Nesta segunda, mantiveram-se na faixa de 1,43%. Com a agenda econômica esvaziada nesta terça-feira nos Estados Unidos, o mercado ficará atento a discursos de membros do Banco Central norte-americano.
No Brasil: ameaça de greve volta ao radar com aumento de preços da Petrobras
Após novo aumento dos preços dos combustíveis pela Petrobras, a ameaça de uma nova greve dos caminhoneiros voltou ao radar dos investidores. Isso somado a notícias de que o governo pretende aumentar tributos sobre bancos para compensar a perda de arrecadação com a redução dos impostos sobre combustíveis prejudicou os ativos brasileiros.
O dólar que recuou de maneira consistente frente aos pares emergentes do Brasil teve apenas uma leve queda em relação ao real. Na bolsa, enquanto nos Estados Unidos os índices tiveram forte recuperação, o Ibovespa subiu apenas 0,27% a 110.334,83 pontos. No ‘after-market’, negócios que ocorrem após o fechamento do horário normal do pregão, o dólar avançou e encostou em R$ 5,65.
Canal Rural
Agronegócio
Ataque de porcos selvagens em lavouras preocupa em MT
Setor produtivo busca junto ao governo do estado uma forma legal para o controle dos animais.
/ Canal Rural
Os estragos nas lavouras em Mato Grosso provocados por porcos selvagens crescem a cada ano. Em algumas propriedades, produtores relatam perdas tanto na soja quanto no milho que chegam a mais de 10% de prejuízo. O setor produtivo busca junto ao governo do estado uma forma legal para o controle dos animais.
Em Brasnorte, região noroeste do estado, o produtor Matheus Andrzejewski, conta ao Patrulheiro Agro desta semana que esse cenário tem sido uma preocupação constante, uma vez que, ano após ano a quantidade de animais aumenta.
“No milho é uma perda significativa, chega em torno de 5 % por ano, nós estamos em uma área de safrinha de 5 mil hectares. Então, uma perda de 5% é 250 hectares, uma perda muito grande. A gente faz um investimento alto, para colher esse milho e fica na boca do porco e não temos o que fazer legalmente”, conta Matheus.
O presidente do Sindicato Rural do município explica que algum órgão do governo legalize o controle do porco selvagem. Ele explica que o ataque do animal chega à imensidão de perder todo talhão de uma lavoura. “Antes era só no milho, mas agora traz prejuízos até para a soja”.
Em Água Boa, região nordeste de Mato Grosso, o agricultor Antônio Fernandes de Mello explica que não tem como controlar os porcos selvagens.
“Você solta rojão, eles se acostumam. A princípio, se esparramam, se espalham, mas já vão se acostumando com o barulho, e logo estão de volta ali. A gente não pode fazer a caça porque é proibido, a reprodução dele é alta por causa do alimento”, explica.
Os presidentes do Sindicato Rural de Campos de Júlio e Matupá, Rodrigo Cassol e Fernando Bertolin, respectivamente, pontuam o grande crescimento do animal.
Rodrigo conta que na região, passam 600 hectares ao ano destruídos pelos porcos. “A população já está descontrolada e não tem predador suficiente, são bandos de 300 a 400 porcos, então não tem como ter controle”.
Já em Matupá, Fernando diz que os animais causam danos irreversíveis nas lavouras, principalmente, na cultura do milho, quando ela seca e os danos são acima de 10 % em muitos lugares.
Aprosoja adota tarefa de monitoramento
A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) adotou uma força tarefa de monitoramento no campo. O objetivo é levantar dados assertivos que possam favorecer uma possível medida de controle populacional.
“Nós conseguimos materiais com fotos, geo localizada para mostrar o ataque que temos no milho e nas outras culturas. Após isso, a Aprosoja-MT junto com a comissão fez a compra de mais de 100 câmeras que vão conseguir monitorar dia a dia o ataque desses animais. Vemos produtores deixando de plantar de 10% a 20% a sua área para não ter essa perda. Esse é um grande problema que não atinge só o produtor, mas todo o social também”, pontua Diego Bertuol, diretor administrativo da Aprosoja-MT.
Na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) está sendo discutido o projeto de lei 551/2024 que autoriza o controle populacional e o manejo sustentável do Javali europeu em todas as suas formas, linhagens, raças e diferentes graus de cruzamento no estado.
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