Agronegócio
Boi gordo teve queda de preço, mas segue acima de R$ 300 a arroba
O dia foi travado em termos de negócios, pois os frigoríficos ainda se deparam com um ambiente de oferta muito restrito
O mercado físico de boi gordo teve preços de estáveis a mais baixos nesta sexta-feira, 19. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o dia foi travado em termos de negócios, pois os frigoríficos ainda se deparam com um ambiente de oferta muito restrito, encontrando grande dificuldade na composição das suas escalas de abate.
“Algumas tentativas de negociações a preços mais baixos não trouxeram o resultado esperado, sem a aderência do pecuarista. A grande reclamação da indústria está na dificuldade de repasse da elevação do custo de matéria-prima no atacado. Esse movimento já era aguardado dada a descapitalização do consumidor médio. Nesse ambiente, muitas unidades optam por operar com capacidade de abate reduzida. A oferta de animais terminados tende a mudar de maneira mais consistente a partir da segunda quinzena de março, e por se tratar de animais de pasto haverá dependência da decisão de venda do pecuarista”, assinala Iglesias.
Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 303 a arroba, ante R$ 304 – R$ 305 nesta quinta. Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 290, inalterado. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 290, ante R$ 292 – R$ 293. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 296, ante R$ 295 a arroba. Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 303 a arroba, contra R$ 302.
Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram acomodados. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios ainda aponta para dificuldade em reajustes no curto prazo, em linha com a incapacidade do consumidor médio em absorver novos reajustes da carne bovina, que simplesmente migra para proteínas mais acessíveis, principalmente a carne de frango. “Somado a isso, precisa ser mencionado o fraco desempenho das exportações neste início de ano, pressionando a margem até mesmo dos frigoríficos habilitados a exportar”, pontua o analista.
Com isso, o corte traseiro permaneceu em R$ 19,90 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 15,50 o quilo, assim como a ponta de agulha, sem alterações.
CANAL RURAL
Agronegócio
Ataque de porcos selvagens em lavouras preocupa em MT
Setor produtivo busca junto ao governo do estado uma forma legal para o controle dos animais.
/ Canal Rural
Os estragos nas lavouras em Mato Grosso provocados por porcos selvagens crescem a cada ano. Em algumas propriedades, produtores relatam perdas tanto na soja quanto no milho que chegam a mais de 10% de prejuízo. O setor produtivo busca junto ao governo do estado uma forma legal para o controle dos animais.
Em Brasnorte, região noroeste do estado, o produtor Matheus Andrzejewski, conta ao Patrulheiro Agro desta semana que esse cenário tem sido uma preocupação constante, uma vez que, ano após ano a quantidade de animais aumenta.
“No milho é uma perda significativa, chega em torno de 5 % por ano, nós estamos em uma área de safrinha de 5 mil hectares. Então, uma perda de 5% é 250 hectares, uma perda muito grande. A gente faz um investimento alto, para colher esse milho e fica na boca do porco e não temos o que fazer legalmente”, conta Matheus.
O presidente do Sindicato Rural do município explica que algum órgão do governo legalize o controle do porco selvagem. Ele explica que o ataque do animal chega à imensidão de perder todo talhão de uma lavoura. “Antes era só no milho, mas agora traz prejuízos até para a soja”.
Em Água Boa, região nordeste de Mato Grosso, o agricultor Antônio Fernandes de Mello explica que não tem como controlar os porcos selvagens.
“Você solta rojão, eles se acostumam. A princípio, se esparramam, se espalham, mas já vão se acostumando com o barulho, e logo estão de volta ali. A gente não pode fazer a caça porque é proibido, a reprodução dele é alta por causa do alimento”, explica.
Os presidentes do Sindicato Rural de Campos de Júlio e Matupá, Rodrigo Cassol e Fernando Bertolin, respectivamente, pontuam o grande crescimento do animal.
Rodrigo conta que na região, passam 600 hectares ao ano destruídos pelos porcos. “A população já está descontrolada e não tem predador suficiente, são bandos de 300 a 400 porcos, então não tem como ter controle”.
Já em Matupá, Fernando diz que os animais causam danos irreversíveis nas lavouras, principalmente, na cultura do milho, quando ela seca e os danos são acima de 10 % em muitos lugares.
Aprosoja adota tarefa de monitoramento
A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) adotou uma força tarefa de monitoramento no campo. O objetivo é levantar dados assertivos que possam favorecer uma possível medida de controle populacional.
“Nós conseguimos materiais com fotos, geo localizada para mostrar o ataque que temos no milho e nas outras culturas. Após isso, a Aprosoja-MT junto com a comissão fez a compra de mais de 100 câmeras que vão conseguir monitorar dia a dia o ataque desses animais. Vemos produtores deixando de plantar de 10% a 20% a sua área para não ter essa perda. Esse é um grande problema que não atinge só o produtor, mas todo o social também”, pontua Diego Bertuol, diretor administrativo da Aprosoja-MT.
Na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) está sendo discutido o projeto de lei 551/2024 que autoriza o controle populacional e o manejo sustentável do Javali europeu em todas as suas formas, linhagens, raças e diferentes graus de cruzamento no estado.
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