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Agronegócio

Com chuvas e poucos armazéns, caminhões ficam até 36 horas na fila para descarregar soja em Canarana

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Na atual safra de soja, que está sendo colhida, foram semeados 280 mil hectares com soja no Município. O Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), estima uma produtividade média de 57,26 sacas de soja por hectare na região de Canarana, o que daria uma produção de aproximadamente 945 mil toneladas do grão.

A safra de milho, que está sendo semeada, deve alcançar 120 mil hectares no Município e o Imea estima uma produtividade de 99,99 sacas por hectare na região de Canarana, o que daria uma produção de aproximadamente 720 mil toneladas do grão.

Somando as duas culturas, o Município deve colher na safra 2020/21, mais de 1,6 milhão de toneladas de grãos. Porém, conforme a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Canarana possui capacidade para apenas 772 mil toneladas de armazenagem estática, ou seja, menos da metade da produção (46%).

Apesar do baixo índice de armazenagem estática ser um problema nacional, ele acaba sendo maior em regiões em expansão como é o caso de Canarana. O Brasil deve colher na safra 2020/21, conforme a Conab, mais de 264 milhões de toneladas de grãos, sendo que no País todo há armazém para estocar 170 milhões de toneladas, conforme a Cogo – Inteligência em Agronegócio, o que representa 64% de capacidade, uma média 18% superior ao cenário em Canarana.

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Segundo orientação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o ideal é que a capacidade estática fosse 1,2 vez maior do que a produção, ou seja, no Brasil deveria ser superior a 316 mi/t. Além de ter baixa capacidade, apenas 16% dos armazéns ficam nas fazendas.

Se o próprio produtor tivesse seu armazém, isso daria mais poder na hora de vender, o que ficou bem claro na atual safra, quando a maioria da produção foi comercializada antecipadamente na casa dos R$ 80,00 a saca, enquanto que agora, na colheita, o produto está sendo vendido a R$ 150,00.

Canarana também é o maior produtor nacional de gergelim e dois armazéns novos foram construídos no último ano para atender a cultura, mas neste caso, tanto a produção do grão, quanto a capacidade dos armazéns que trabalham com pulses, não entraram nos cálculos produzidos pela nossa reportagem.

Enquanto isso, os produtores de Canarana, que já estavam acostumados a enfrentar filas nos armazéns para entregar sua produção de soja nas últimas safras, viram a situação se agravar na última semana com as constantes chuvas que caem na região, forçando a colheita das lavouras com umidade superior ao normal.

Produtores tem reclamado que algumas tradings não estão aceitando cargas por conta da umidade elevada. “A produção do município cresceu e as traidings não tem ampliado a capacidade de armazenagem e nem feito investimentos em tombadores, elevadores, secadores e moegas, para quando o produtor precisar colher com mais umidade”, desabafou um produtor em um grupo de WhatsApp. Com horas na fila, quando abre o tempo, alguns produtores não conseguem aproveitar o sol e colher, porque falta caminhão para o transporte, além de encarecer o frete quando encontra um caminhão disponível.

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Em alguns armazéns, produtores relatam que os caminhões ficam até 36 horas na fila para conseguir descarregar. “Todos os produtores estão reclamando. A capacidade de recebimento dos armazéns está aquém do desejado. É inadmissível o produtor conseguir entrar pra colher, mesmo com tantos dias de chuvas e o caminhão ficar 36 horas na fila, como relatado por um produtor”, disse Diego Dallasta, vice-presidente Leste da Aprosoja MT.

Conforme Diego, esses relatos tem vindo de várias regiões do Mato Grosso. Para ele, além do investimento das traidings, a solução virá quando o próprio produtor tiver o seu armazém. “A Aprosoja tem trabalhado, através do ArmazenaMT, que é uma pequena feira que a Aprosoja faz com financiadores e construtoras, para facilitar a construção de armazéns. Isso já aconteceu dois anos seguidos. O produtor precisa ter seu armazém, ter o produto em mãos e ser mais ágil na colheita e conseguir melhores preços no mercado”, complementa.

Por AGRNotícias.

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Agronegócio

Ataque de porcos selvagens em lavouras preocupa em MT

Setor produtivo busca junto ao governo do estado uma forma legal para o controle dos animais.

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/ Canal Rural

Os estragos nas lavouras em Mato Grosso provocados por porcos selvagens crescem a cada ano. Em algumas propriedades, produtores relatam perdas tanto na soja quanto no milho que chegam a mais de 10% de prejuízo. O setor produtivo busca junto ao governo do estado uma forma legal para o controle dos animais.

Em Brasnorte, região noroeste do estado, o produtor Matheus Andrzejewski, conta ao Patrulheiro Agro desta semana que esse cenário tem sido uma preocupação constante, uma vez que, ano após ano a quantidade de animais aumenta.

“No milho é uma perda significativa, chega em torno de 5 % por ano, nós estamos em uma área de safrinha de 5 mil hectares. Então, uma perda de 5% é 250 hectares, uma perda muito grande. A gente faz um investimento alto, para colher esse milho e fica na boca do porco e não temos o que fazer legalmente”, conta Matheus.

O presidente do Sindicato Rural do município explica que algum órgão do governo legalize o controle do porco selvagem. Ele explica que o ataque do animal chega à imensidão de perder todo talhão de uma lavoura. “Antes era só no milho, mas agora traz prejuízos até para a soja”.

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Em Água Boa, região nordeste de Mato Grosso, o agricultor Antônio Fernandes de Mello explica que não tem como controlar os porcos selvagens.

“Você solta rojão, eles se acostumam. A princípio, se esparramam, se espalham, mas já vão se acostumando com o barulho, e logo estão de volta ali. A gente não pode fazer a caça porque é proibido, a reprodução dele é alta por causa do alimento”, explica.

Os presidentes do Sindicato Rural de Campos de Júlio e Matupá, Rodrigo Cassol e Fernando Bertolin, respectivamente, pontuam o grande crescimento do animal.

Rodrigo conta que na região, passam 600 hectares ao ano destruídos pelos porcos. “A população já está descontrolada e não tem predador suficiente, são bandos de 300 a 400 porcos, então não tem como ter controle”.

Já em Matupá, Fernando diz que os animais causam danos irreversíveis nas lavouras, principalmente, na cultura do milho, quando ela seca e os danos são acima de 10 % em muitos lugares.

Aprosoja adota tarefa de monitoramento
A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) adotou uma força tarefa de monitoramento no campo. O objetivo é levantar dados assertivos que possam favorecer uma possível medida de controle populacional.

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“Nós conseguimos materiais com fotos, geo localizada para mostrar o ataque que temos no milho e nas outras culturas. Após isso, a Aprosoja-MT junto com a comissão fez a compra de mais de 100 câmeras que vão conseguir monitorar dia a dia o ataque desses animais. Vemos produtores deixando de plantar de 10% a 20% a sua área para não ter essa perda. Esse é um grande problema que não atinge só o produtor, mas todo o social também”, pontua Diego Bertuol, diretor administrativo da Aprosoja-MT.

Na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) está sendo discutido o projeto de lei 551/2024 que autoriza o controle populacional e o manejo sustentável do Javali europeu em todas as suas formas, linhagens, raças e diferentes graus de cruzamento no estado.

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