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Agronegócio

Industrialização é fundamental para agregar valor ao agro e impulsionar economia brasileira

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O Brasil caminha para um avanço importante em sua industrialização, com foco na capacidade de esmagamento de soja e na produção de biodiesel, setores estratégicos para o agronegócio e a economia nacional.

Até 2027, novos investimentos devem elevar a capacidade instalada de esmagamento de soja no país dos atuais 59,8 milhões de toneladas em 2024 para 72,1 milhões de toneladas, um crescimento significativo de 12,3 milhões de toneladas anuais.

Esse salto se deve a 13 novos projetos, que incluem a construção de plantas e expansões industriais, com investimentos estimados em R$ 11,3 bilhões até 2027. A capacidade adicional será de 11,1 milhões de toneladas por ano, representando um marco importante na transformação de matérias-primas em produtos com maior valor agregado, como farelo e óleo de soja.

Imagem: assessoria

De acordo com Isan Rezende (foto) , presidente do Instituto do Agronegócio (IA), os investimentos refletem o compromisso do setor em agregar valor à produção agrícola. “A industrialização é essencial para o Brasil se consolidar como uma potência agroindustrial. Transformar a soja aqui dentro gera emprego, movimenta a economia e traz mais competitividade para o produtor rural”, destacou.

Um dos principais motores desse movimento industrial é a crescente demanda por biodiesel, impulsionada pela nova lei “Combustível do Futuro”, que prevê aumentos graduais na mistura de biodiesel ao diesel comercializado no país. Atualmente em 14% (B14), a mistura deve alcançar 17% (B17) até 2027, conforme projeções do setor.

Esse avanço no teor de biodiesel exigirá maior processamento de óleo de soja, cuja demanda deve crescer de 5,9 milhões de toneladas em 2024 para 7,9 milhões de toneladas em 2027, um aumento expressivo de 34%. Como consequência, espera-se que o consumo de biodiesel no Brasil passe de 9,3 bilhões de litros em 2024 para 12,3 bilhões de litros em 2027, acompanhando a alta no consumo de diesel, projetado em 72,9 bilhões de litros até 2027.

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Esse cenário beneficia a cadeia produtiva da soja, pois reduz a dependência das exportações de óleo bruto e estimula a produção de biodiesel e farelo, agregando valor ao produto final.
Impacto na exportação e desafios regionais

Apesar dos avanços industriais, o Brasil continuará com excedentes exportáveis de soja em grão. No entanto, algumas regiões, como Pará, Rio Grande do Sul, Paraná e Goiás, podem registrar queda no volume exportado devido ao aumento do esmagamento interno. Em contrapartida, estados como o Mato Grosso deverão se destacar pelo aumento da oferta de grãos, com projeção de crescimento no excedente exportável de 9,9 milhões de toneladas até 2027.

Além disso, o aumento do processamento interno trará desafios relacionados ao farelo de soja, subproduto do esmagamento. A produção brasileira deve saltar de 42,5 milhões de toneladas em 2024 para 49,2 milhões de toneladas em 2027, gerando um excedente significativo. Mesmo com o crescimento das exportações e do consumo doméstico, espera-se um aumento nos estoques do produto.

A industrialização é fundamental para que o Brasil aproveite ao máximo seu potencial produtivo, ampliando sua participação em cadeias de valor globais e fortalecendo o mercado interno. A transformação da soja em produtos como farelo, óleo e biodiesel gera maior retorno econômico, cria empregos qualificados e impulsiona o desenvolvimento de regiões produtoras.

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Para Isan Rezende, o setor agroindustrial tem papel central no futuro econômico do país. “Precisamos continuar investindo em infraestrutura e industrialização. A soja é um dos pilares do nosso agronegócio, mas agregar valor internamente fortalece nossa posição global e traz benefícios diretos para toda a economia brasileira”, afirmou.

Com o aumento da capacidade instalada e a valorização de produtos industrializados, o agronegócio brasileiro se mostra mais uma vez como um motor de crescimento, combinando eficiência no campo e inovação industrial para garantir a liderança global do Brasil no mercado de alimentos e combustíveis renováveis.

Rezende reforça a importância dos investimentos em industrialização para fortalecer a cadeia produtiva nacional. “O Brasil já é uma referência mundial na produção de soja, mas precisamos ir além da exportação de grãos. A industrialização não apenas agrega valor, como também amplia oportunidades de emprego, gera renda no interior do país e garante mais competitividade no mercado global. Esse é o caminho para consolidar o agro como motor do desenvolvimento econômico”, destacou.

O presidente também ressaltou a relevância dos subprodutos da soja no contexto da transição energética. “O aumento da demanda por biodiesel representa uma grande oportunidade para o setor. Produzir mais óleo de soja e farelo internamente significa menos dependência de importações de combustíveis fósseis e um melhor aproveitamento da nossa matéria-prima. É um cenário onde todos ganham: o produtor rural, a indústria e o consumidor brasileiro”, concluiu.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Evento em Nova Xavantina apresentará técnicas de produção agropecuária regenerativa

Ação da TNC Brasil vai destacar os resultados de práticas aplicadas na Fazenda Laranjal.

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No sábado, 15 de fevereiro, a Fazenda Laranjal, em Nova Xavantina (MT), sediará o Dia de Campo da TNC Brasil. O evento apresentará as técnicas aplicadas e os resultados já alcançados na produção agropecuária leiteira regenerativa conduzida pelos anfitriões Adrian Renato e Leila Stanke, em parceria com o Programa de Assistência Técnica Produtiva e Ambiental. O objetivo do evento é demonstrar que a transição para práticas sustentáveis é rentável, se utiliza de conhecimento de ponta, e traz benefícios ambientais e econômicos.

A programação inclui um depoimento dos proprietários da Fazenda Laranjal e uma apresentação da consultoria CONSIPA, que contribui para o sucesso das práticas adotadas na propriedade. Com um formato dinâmico, os participantes circularão por três áreas distintas da fazenda, onde terão a oportunidade de interagir com especialistas das consultorias CONSIPA e Libertas, que atendem ao programa, além de observar de perto as práticas aplicadas. Os participantes também poderão acompanhar a implementação do sistema integrado de produção lavoura e floresta na propriedade.

Programação do Dia de Campo

Serão abordados temas como aplicação de calcário em áreas compactadas sem revolvimento do solo, com auxílio de gesso e o planejamento de sistemas integrados de lavoura e floresta. Os participantes conhecerão os resultados do experimento de calcário, iniciado há mais de um ano, e também poderão debater a eficácia do uso de calcário e gesso para a correção do solo. Além disso, será apresentado o sistema silvipastoril recentemente implantado, com ênfase nos benefícios como maior sombreamento para o bem-estar animal e aumento da retenção de umidade.

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Troca de experiências

De acordo com Thiago Saconi, especialista em agropecuária regenerativa da TNC Brasil, o evento é uma oportunidade única para produtores da região. “Nosso Dia de Campo irá mostrar que práticas regenerativas são viáveis de serem implementadas no Vale do Araguaia e trazem resultados reais. Nosso desejo é que os produtores sejam inspirados a implementar as práticas em suas fazendas, com o suporte técnico especializado para isso, que é oferecido pelo nosso programa”, afirma.

O produtor Adrian também destaca a importância da troca de experiências. “Quando decidimos adotar as práticas regenerativas, o objetivo era melhorar nossa produtividade. Ao abrir a Fazenda Laranjal para o Dia de Campo, quero mostrar a outros produtores que essa mudança é possível”, destaca.

O Dia de Campo em Nova Xavantina faz parte de uma série de ações promovidas pela TNC Brasil dentro de seu Programa de Assistência Técnica, em parceria com consultorias e instituições locais, com o objetivo de promover boas práticas agropecuárias, restauração ambiental e o fortalecimento das cadeias produtivas sustentáveis. O programa ainda possui vagas para novos produtores que queiram aprender e implementar as técnicas inovadoras.

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Sobre a TNC Brasil

A TNC é uma das principais organizações de conservação ambiental do mundo, trabalhando há quase 40 anos no Brasil para promover soluções baseadas na natureza e fortalecer práticas sustentáveis em diversos setores da economia, incluindo a agropecuária.

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