Raça Araguaia
Pecuarista engorda bois de 19@ aos 18 meses criando a raça Araguaia em MT

Obter o máximo de produtividade com um sistema sustentável de pecuária de corte nos trópicos. É esta a proposta da raça composta Araguaia, criada nos arredores do Vale do Araguaia mato-grossense no começo do século. Nesta segunda, dia 07, um dos criadores de Araguaia, o pecuarista Raul Almeida, da Fazenda Santa Rita, em Torixoreu-MT, falou ao Giro do Boi sobre como os animais combinam sua produtividade com a pegada sustentável da pecuária da região.
O produtor contou sua história na bovinocultura de corte. “Que eu tenha conhecimento, até agora eu sou a quinta geração de pecuária e sempre no agro. Tenho formação, sou engenheiro agrônomo, e desde sempre estou envolvido em questões do agro, da produção, da produtividade, em busca de produzir mais alimentos para o nosso Brasil e agora para o mundo”, disse.
Foi dentro deste contexto que Raul buscou a inovação para cumprir sua missão como produtor de alimentos. Para tanto, apostou numa genética selecionada a dedo para combinar o potencial produtivo com as características do Vale do Araguaia. “Os trabalhos de acasalamento começaram em 2003. A raça Araguaia é um animal composto formado pelo Nelore, Caracu e o Blonde D’Aquitaine. O objetivo foi desenvolver um animal mais produtivo e adaptado aos trópicos, às nossas regiões quentes com período de seca mais prolongado e com temperaturas mais intensas que as demais regiões”, explicou
“A ideia da composição foi a seguinte: o Nelore emprestando a adaptação, a rusticidade e o acabamento de carcaça, o Caracu entrou também potencializando a rusticidade, a habilidade materna e a produção de leite para o bezerro e o Blonde D’Aquitaine é uma raça francesa que é prima do Caracu e ela colocou a musculosidade, ou seja, ele incorporou a maior taxa de conversão, maior rendimento de carne na desossa frigorífica e um maior volume muscular, que se expressa no rendimento maior. Ele é um animal com maior volume muscular e com menor volume visceral”, esclareceu.
Raul destacou quais são os resultados que a raça está viabilizando dentro de sua porteira. “Hoje as fêmeas que são consideradas descarte da fazenda estão sendo abatidas com 14 meses com cerca de 14 a 15 arrobas. Os machos, 18 meses e em torno de 19 arrobas. Isso em sistema de terminação intensiva a pasto”, revelou.
Almeida justificou a escolha da TIP como sistema de engordar. “Por que nós optamos por esse sistema? Questão do bem-estar animal e facilidade de manejo. Você começa a ter menos refugo de cocho, você começam a ter menos problemas gástricos nos animais, possibilitando a eles estarem no ambiente natural. E você disponibilizando uma dieta de alto teor de energia e proteína, ele se regula. O confinamento, quando não tem essa questão de estar no pasto, muitas vezes tem que retirar ele do norte. Então nós temos zero de recuo de cocho, o desempenho animal está pau a pau com o de confinamento e é um animal criado feliz, ele está com sombra, água fresca e comida à vontade. Ele escolhe se ele quer comer ração ou capim”, sustentou.
O produtor também salientou a importância de buscar um sistema de produção financeira e economicamente sustentável dentro da proposta da Liga da Araguaia, da qual faz parte. “É um movimento que começou espontaneamente, cada um com a sua iniciativa em separado […] Então foi uma união de iniciativas, todas elas preocupadas em produzir respeitando o meio ambiente, em sintonia com o meio ambiente. E depois, em uma ação da Agropecuária Roncador, mais especificamente do Caio Penido, ele congregou essa turma num só grupo e daí surgiu a Liga do Araguaia. O objetivo principal da Liga do Araguaia é produzir em harmonia com o meio ambiente. Nós queremos acabar com essa história de polarização entre produtores e ambientalistas. Todos estão no mesmo barco, todos estão lutando pelas mesmas causas. Há condição perfeitamente de nós produzirmos alimento e restaurarmos o planeta, mas trabalhando juntos”, analisou.
“As tecnologias de produção traçam os pilares da produção ambientalmente justa, correta, que nós preconizamos. Ou seja, a melhoria da qualidade das pastagens, a melhoria do manejo das pastagens, a melhoria do manejo animal, o trabalho de evolução da genética, tudo isso resulta num melhor uso do solo. Você potencializa o uso do solo porque você consegue aumentar a taxa de lotação, você diminui a idade entre nascimento e abate e você mitiga as emissões dos gases de efeito estufa, mas também vai um pouco além. Existe o respeito pela preservação dos cursos de água e da biodiversidade, além da recuperação do solo também”, acrescentou.
Almeida deixou seu recados aos produtores sobre aliar a produtividade com o retorno financeiro e a sustentabilidade. “A mensagem é a seguinte: a pecuária, ou a agropecuária, tem que estar conectada ao meio ambiente. Essa nova demanda mundial é nossa necessidade. Já que nós vivemos do meio ambiente, nós necessitamos da natureza para produzirmos mais e melhor”, concluiu.
Olho no Araguaia – Olho do Boi

Agronegócio
Deputado Nininho defende urgência na atualização de bulas de defensivos agrícolas
Assunto foi debatido pela Comissão de Agropecuária da ALMT; Nininho reforça que revisão visa garantir eficácia no controle de pragas, reduzir custos e ampliar a segurança alimentar no campo.

/ Assessoria
Durante a 3ª reunião ordinária da Comissão de Agropecuária, Desenvolvimento Florestal e Agrário e de Regularização Fundiária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), realizada nesta terça-feira (3.06), um tema técnico e de impacto para o agronegócio dominou a pauta: a necessidade de atualização das bulas de defensivos agrícolas. A reunião foi presidida pelo deputado estadual Ondanir Bortolini Nininho (Republicanos), que conduziu os trabalhos com foco no fortalecimento do diálogo com o setor produtivo.
A engenheira agrônoma Jerusa Rech, gerente de defesa agrícola da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), participou do encontro. Em sua explanação, a especialista destacou que a revisão das bulas é fundamental para manter a eficácia no controle de pragas e doenças, reduzir custos operacionais e adaptar o uso dos produtos à nova realidade agrícola do estado.
EFICIÊNCIA E ECONOMIA
Jerusa explicou que a perda de eficiência de alguns defensivos ao longo do tempo decorre, entre outros fatores, do uso repetitivo e do surgimento de pragas resistentes. “Muitos ingredientes ativos estão no mercado há décadas e já não oferecem o mesmo resultado. Por isso, precisamos rever dosagens, intervalos de aplicação e indicações de culturas. Essa atualização técnica é uma ferramenta estratégica para garantir produtividade e sustentabilidade no campo”, afirma a engenheira.
Ela também destacou a introdução de novas culturas em Mato Grosso, como o gergelim, sorgo e milheto, demanda uma reavaliação urgente da eficácia dos produtos disponíveis. “Não se trata apenas de uma questão regulatória, mas de adaptação real ao que está sendo cultivado hoje. Uma bula desatualizada pode comprometer toda uma safra e colocar em risco o investimento do produtor rural”, alerta.
COMPROMISSO COM O PRODUTOR
O deputado Nininho reforçou o compromisso da Comissão com as demandas do setor produtivo e defendeu que a atualização das bulas deve envolver todos os atores da cadeia agrícola. “A fala da Jerusa trouxe uma preocupação legítima, que reflete a realidade do produtor. O que está sendo proposto é mais do que uma revisão técnica. É uma ação concreta que impacta diretamente a aplicação correta dos produtos, a redução de resíduos e, consequentemente, a saúde humana e a segurança alimentar”, destaca.
Para Nininho, a iniciativa da Aprosoja-MT precisa ser ampliada. “Temos que chamar as indústrias, os órgãos de fiscalização, as instituições de pesquisa. A comissão está à disposição para promover esse debate. Podemos organizar uma audiência pública, se for o caso. O importante é ouvir todos os lados para que possamos construir, com responsabilidade, um novo padrão de informação técnica para os defensivos”, diz o parlamentar.
ANÁLISE DE PROJETOS
Além da palestra técnica, a reunião ordinária da comissão analisou 13 itens de pauta. Desses, 11 foram aprovados, um foi retirado e outro devolvido para ajustes. Participaram da reunião o vice-presidente da comissão, deputado Gilberto Cattani (PL), os membros titulares Júlio Campos (União Brasil) e Janaina Riva (MDB).
Segundo Nininho, o trabalho da comissão vai além da análise de projetos. “Nosso papel também é abrir espaço para que o setor agropecuário traga suas demandas, para que a Assembleia possa agir com base em informações técnicas. A atualização das bulas é um desses temas que, mesmo parecendo técnico, tem enorme impacto prático. Afeta diretamente a economia rural e a segurança do alimento que chega à mesa da população”, comenta.
CAMINHO PARA SOLUÇÕES
O debate sobre a atualização das bulas representa um avanço no alinhamento entre o setor produtivo, os pesquisadores e o poder público. A proposta da Aprosoja-MT encontra na Comissão de Agropecuária da ALMT um canal legítimo de diálogo e articulação institucional.
“O caminho para uma agricultura mais eficiente passa pela ciência, pela escuta e pela responsabilidade com o meio rural. É assim que vamos garantir resultados positivos para o produtor e para a sociedade”, conclui o deputado Nininho.
A expectativa agora é de que o tema seja ampliado com a participação de entidades do setor industrial, técnico e regulatório, para que se construa uma proposta efetiva de revisão das bulas, que contemple as necessidades atuais da agricultura mato-grossense e nacional.
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