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Preço dos ovos dispara em Cuiabá e VG; conheça os vilões

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O especialista e presidente da Associação Mato-grossense de Avicultura (AMAV) Lindomar Rodrigues explicou o que está acontecendo no mercado e deu expectativas de possíveis quedas de preço.

Nestes tempos em que comer carne é para poucos, com o preço ‘lá nas alturas’, a triste surpresa é ver o preço do ovo, salvador da pátria nos momentos mais difíceis, subir significativamente nas prateleiras dos supermercados de Cuiabá e Várzea Grande.

Segundo informações do presidente da Associação Mato-grossense de Avicultura (AMAV) Lindomar Rodrigues, que explicou o que está acontecendo.

Segundo o especialista, existe alguns vilões para que o preço da dúzia do ovo dispare.

A dúzia do ovo que até 2020 custava menos de R$ 5 no mercado, hoje encontramos ao preço de R$ 6,5. A caixa com 5 dúzias, que antes era encontrada a R$18, nesta última semana estava cotada a cerca de R$ 30.

O principal fator é o preço do milho, ração para as aves, que teve uma valorização de mais de 110%. Os avicultores que pagavam R$ 38 pela saca, hoje estão pagando R$ 80 pelo produto.

Levando em consideração que o preço da ração é responsável por 60% do preço do ovo para o consumidor final, dá para entender o porquê do aumento no mercado.

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Lindomar ressaltou ainda que outros insumos, como vacinas e demais medicamentos, usados nas granjas são cotados em dólar, que têm sido valorizado constantemente deixando mais cara a produção dos avicultores.

E o aumento não para somente nos ovos. As aves de corte tiveram aumento no mercado em cerca de R$ 0,10 por kg do frango congelado pelos mesmos motivos.

Lindomar, que na quarta-feira (24) estava em São Paulo, em reunião da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), justamente discutindo essa escalada de preços, tanto dos ovos, quanto das aves de corte, buscando medidas de frear o aumento.

O especialista deixou claro que a questão não é somente em Mato Grosso. Em outros estados a saca do milho chega a R $94, deixando o preço ainda mais alto.

Uma medida que chamou atenção, e ajudou a segurar para que o aumento não fosse ainda maior, foi o abate antecipado das aves nas granjas e com isso diminuir o gasto com a ração.

Mas essa decisão teve um efeito colateral, pois, com menos aves a produção de ovos caiu, ou seja, menos oferta com a mesma demanda resultado: ‘preço mais alto’.

Questionado sobre o porquê do aumento do milho, Lindomar explicou que hoje é mais interessante para os produtores exportar do que vender internamente, de novo o efeito ‘dólar alto’, afinal, é mais dinheiro no bolso do agricultor, que exportando recebe em moeda americana.

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Estamos ainda em uma época de produção quase de 100% de etanol de milho, quando a demanda pelo produto cresce muito, já que além dos avicultores do estado, há três usinas produzindo o combustível. Outras duas estão sendo construídas.

Diante de tantas explicações nada animadoras, perguntamos sobre as perspectivas de preços mais baixos.

Lindomar acredita que, possivelmente, podemos ter uma baixa de preços do ovo e do frango congelado a partir de maio, quando começa a safra de milho no Estados Unidos, derrubando a exportação brasileira, aumentando a competitividade de mercado e, consequentemente, sobrando maior produção para o Brasil.

“Represento todo o setor avícola do estado de Matogrosso, pois estou à frente da Associação Mato-grossense de avicultura (AMAV), por isso, hoje quarta-feira (24), estou em SP, pois faço parte da associação brasileira de proteína animal (ABPA) e estamos tratando este assunto a nível nacional. O intuito da AMAV e continuar contribuindo com essa proteína essencial na mesa dos brasileiros em especial a população de Matogrosso”, terminou Lindomar.

Fonte: Repórter MT

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Agronegócio

Acordo Mercosul e UE deve alavancar exportações do agronegócio

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Nesta sexta-feira (06.11), os líderes do Mercosul e da União Europeia celebraram a conclusão do Acordo de Parceria entre os dois blocos, marcando um passo decisivo para a formação de uma das maiores áreas de livre comércio do mundo. Com 449 milhões de consumidores e um PIB combinado de US$ 18,59 trilhões, o pacto promete ampliar significativamente o comércio, com destaque para os impactos positivos no agronegócio brasileiro.

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, destacou os benefícios econômicos do acordo, incluindo a projeção de um aumento de 0,34% no PIB brasileiro até 2044, o que equivale a R$ 37 bilhões. Além disso, o tratado deve elevar os investimentos em 0,76% (R$ 13,6 bilhões), reduzir a inflação em 0,56% e aumentar os salários reais em 0,42%, segundo estudos do governo.

“Este acordo ajuda o Brasil a crescer, aumentando exportações, renda e emprego, enquanto reduz a inflação. Após anos de negociação, esta conquista é extremamente positiva para o país”, afirmou Alckmin.

O agronegócio nacional será um dos maiores beneficiados. Em 2023, o setor exportou US$ 18,7 bilhões em produtos agrícolas para a União Europeia, representando 40% da pauta exportadora ao bloco. O acordo prevê a liberalização total ou parcial de 99% das exportações agrícolas brasileiras, com destaque para frutas frescas, café, carnes e etanol.

Tarifas e quotas

  • Frutas como abacates, limões e uvas terão tarifas eliminadas em até sete anos.
  • Café (verde, torrado e solúvel) terá tarifas zeradas no mesmo período.
  • Carne bovina terá quota de 99 mil toneladas com tarifa reduzida a 7,5%.
  • Etanol contará com quota de 650 mil toneladas, sendo 450 mil destinadas à indústria com tarifa zero.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, celebrou o momento como um marco histórico. “A conclusão deste acordo coloca o Brasil no centro de um dos maiores mercados globais, consolidando o agronegócio como um pilar estratégico. Vamos mostrar nossa competência para acessar este mercado tão importante”, destacou.

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O acordo inclui um capítulo dedicado ao desenvolvimento sustentável, reforçando compromissos com práticas agrícolas responsáveis e proteção ambiental. Ambos os blocos se comprometeram a seguir as diretrizes do Acordo de Paris, assegurando que regulamentos ambientais não sejam usados como barreiras protecionistas.

Além disso, o texto inclui salvaguardas ao chamado Princípio da Precaução, garantindo que medidas protetivas sejam baseadas em evidências científicas, revisadas periodicamente e compatíveis com o nível de proteção de cada país.

Um ponto estratégico para o Brasil é o reconhecimento de 37 indicações geográficas, como o Café da Alta Mogiana e a Cachaça da Região de Salinas. Em contrapartida, o Mercosul reconheceu 346 indicações europeias, criando condições para a valorização de produtos típicos de ambas as regiões.

Embora o Mercosul tenha concedido redução tarifária para 96% das importações europeias em até 15 anos, produtos sensíveis, como queijos, vinhos e chocolates, terão períodos de transição mais longos ou restrições específicas para proteger o mercado regional.

Além dos ganhos diretos, o acordo posiciona o Brasil como um parceiro estratégico em negociações globais, nivelando o acesso ao mercado europeu com outros concorrentes. Isso promete aumentar a competitividade e qualidade dos produtos brasileiros, fortalecendo o papel do país como um dos maiores exportadores agrícolas do mundo.

“Com este tratado, mostramos que o Brasil é essencial para a segurança alimentar global, atendendo aos mais rigorosos padrões sanitários e ambientais”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Este avanço consolida o agronegócio nacional como líder no comércio internacional, abrindo novos mercados e garantindo um crescimento sustentável e diversificado para o setor.

PRAZOS E TARIFAS – A redução das tarifas que o Mercosul cobra da UE pode ser imediata ou ao longo de prazos, que variam entre 4 anos a 15 anos. Para o setor automotivo, os períodos de redução tarifária são mais longos, variando de 18 anos a 30 anos para veículos eletrificados, movidos a hidrogênio e com novas tecnologias.

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Do lado da UE, a redução tarifária também pode ser imediata ou por períodos que vão de 4 anos a 12 anos, a depender do produto.

Estão previstas ainda cotas para produtos agrícolas e agroindustriais do Brasil. Ou seja, acima de determinada quantidade, alguns produtos começam a pagar a tarifa cheia para entrar no bloco. Entram nessa categoria produtos como carne suína, etanol, açúcar, arroz, mel, milho e sorgo, queijos, entre outros.

Para o professor Giorgio Romano Schutte, essa é a principal assimetria do acordo. “No caso dos produtos industriais da União Europeia, eles entram sem cotas, sem restrições ao volume. E no caso dos produtos agrícolas do Mercosul, tem cotas”, lembrou.

O Brasil exportou US$ 46,3 bilhões para a União Europeia em 2023:

Alimentos para animais – 11,6%

Minérios metálicos e sucata – 9,8%

Café, chá, cacau, especiarias – 7,8%

Sementes e frutos oleaginosos – 6,4%

Ferro e aço – 4,6%

Vegetais e frutas – 4,5%

Celulose e resíduos de papel – 3,4%

Carne e preparações de carne – 2,5%

Tabaco e suas manufaturas – 2,2%

O Brasil importou US$ 45,4 bilhões da União Europeia em 2023:

Produtos farmacêuticos e medicinais – 14,7%

Máquinas em geral e equipamentos industriais – 9,9%

Veículos rodoviários – 8,2%

Petróleo, produtos petrolíferos – 6,8%

Máquinas e equip. de geração de energia – 6,1%

Produtos químicos orgânicos – 5,5%

Máquinas e aparelhos especializados para determinadas indústrias – 5,3%

Máquinas e aparelhos elétricos – 4,7%

Materiais e produtos químicos – 3,6%

Ferro e aço – 3,4%

Fonte: Pensar Agro

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