Agronegócio
Sementes e arrendamento encarecem muito e elevam custo da SAFRA 21/22 em Mato Grosso

O produtor de soja do estado terá que gastar 8% a mais para plantar a soja na temporada 2021/2022. Mão-de-obra e Funrural ficaram mais baratos
O custo de produção da soja transgênica em Mato Grosso para a safra 2021/2022, considerando também as depreciações e a mão de obra familiar, está quase 8% mais elevado que a safra que está sendo colhida, a 2020/2021. O levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) também mostra que o maior vilão foi a semente que encareceu 13% de um ano para o outro e o arrendamento de subiu 44%.
Se por um lado os produtores conseguiram uma rentabilidade um pouquinho melhor na safra 2020/2021, por outro terão que gastar mais para implantar a nova safra de soja em setembro. Segundo o Imea o custo por hectare para a implantação da soja, considerando todos os gastos com depreciação de máquinas e artigos, assim como a mão de obra familiar que normalmente não é paga, ficou em R$ 3,921 mil, considerando uma produtividade média de 60,6 sacas por hectare.
Na safra 2020/2021, que está sendo colhida, o custo total ficou em torno de R$ 3,634 mil por hectare, com uma produtividade média de 62,5 sacas por hectare.
Se retirarmos da conta as depreciações e mão de obra familiar, ou seja, considerar só os gastos visíveis como arrendamento, combustível e insumos, o custo para implantar um hectare de soja em Mato Grosso está na casa dos R$ 3,636 mil, ou seja, 8,4% mais alto que os R$ 3,347 mil gastos em 2020/2021.
Vilão da safra
Entre todos os ítens que compõem os custos, as sementes (de soja e cobertura) são as que mais encareceram de uma safra para outra. Em 21/22 o produtor terá que desembolsar R$ 391,51 por hectare com o insumo, 12,46% a mais que os R$ 348,14 gastos na safra passada. Só a semente de soja custará R$ 367,13 por hectare, contra os R$ 326,08 gastos em 20/21.
Os herbicidas aparecem na segunda posição entre os itens que mais encareceram. E o produtor de soja terá que gastar R$ 208,61 por hectare com o insumo, 11,6% mais caro que os R$ 186,93 da safra passada.
Os fungicidas também ficaram 11% mais caros para a próxima safra, custando R$ 348,54 por hectare, conta os 314,08 por hectare de 20/21.
Um item que encareceu bastante para esta safra foi o valor do arrendamento. Agora está próximo a R$ 245,45 por hectare, 44,1% mais elevado que os R$ 170,32 gastos em 20/21.
Quem aliviou
De maneira geral, entre os insumos somente os corretivos de solo baratearam. Custando R$ 65,34 por hectare em 21/22, queda de 1,6% ante os R$ 66,40 da 20/21.
Já os gastos com Funrural ficaram 27,1% mais em conta em 21/22. Agora valem R$ 17,77 por hectare, contra os R$ 24,4 da safra 20/21.
A mão de obra é outro item que ficou mais barato para o produtor. Em torno de R$ 99,76 por hectare, 24,8% a menos que os R$ 132,64 por hectare da safra que está sendo colhida.
CANAL RURAL

Agronegócio
Boas expectativas para a colheita de soja; confira o resumo
Brasil deverá alcançar uma produção recorde de soja na safra 2024/25, com um crescimento em comparação ao ano anterior.

/ Canal Rural
O Brasil está a caminho de colher uma grande safra de soja, com estimativas que superam até mesmo as projeções iniciais. Segundo a Safras & Mercado, apesar de alguns problemas climáticos, especialmente no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso do Sul, as boas colheitas em outros estados, como Mato Grosso, compensam as perdas, e a safra nacional promete um desempenho alto.
A produção de soja na safra 2024/25 deverá alcançar 174,88 milhões de toneladas, um aumento de 14,8% em relação aos 152,3 milhões de toneladas da temporada passada, conforme a estimativa de Safras & Mercado. Esse aumento é um reflexo das boas perspectivas em várias regiões, com destaque para Mato Grosso, o maior produtor de soja do Brasil.
As previsões mais recentes indicam uma elevação de 0,67% em relação à projeção de 10 de janeiro, que era de 173,71 milhões de toneladas. A área destinada ao cultivo também cresceu, com uma estimativa de 47,47 milhões de hectares plantados, um aumento de 2,2% sobre os 46,45 milhões de hectares da safra anterior. A produtividade média deverá passar de 3.295 quilos por hectare para 3.702 quilos, conforme o levantamento.
Os ajustes nas estimativas foram motivados por fatores climáticos e o andamento da colheita, que, apesar de ainda estar lenta, tem mostrado resultados positivos. “O principal motivo das revisões foi o quadro climático atual, além do andamento, ainda que lento, da colheita”, explica o analista de Safras, Rafael Silveira.
Entre os ajustes negativos, destacam-se os resultados no Rio Grande do Sul, que sofreu com o clima quente e seco, com perdas superiores a 2 milhões de toneladas. Inicialmente, a previsão para o estado era de 23,3 milhões de toneladas, mas a revisão reduziu a expectativa para 19,8 milhões de toneladas, um número inferior ao da temporada passada.
Em Mato Grosso do Sul, a região Sul foi prejudicada pelas chuvas recentes, mas a produtividade em várias áreas do estado ainda é boa, o que ameniza o impacto. A previsão inicial era de 15,8 milhões de toneladas, mas agora a expectativa é de 13,8 milhões de toneladas.
Por outro lado, o centro do país, especialmente Mato Grosso, surpreende positivamente, com um potencial produtivo elevado, apesar das fortes chuvas. “A surpresa vem do centro do país, especialmente de Mato Grosso, onde, apesar das fortes chuvas, o potencial produtivo das lavouras continua elevado”, destaca o consultor.
Além de Mato Grosso, outros estados, como Goiás, Minas Gerais e regiões do Nordeste, também apresentam boas perspectivas de produção, melhorando as expectativas gerais para a safra nacional de soja. “Dessa forma, a produção total do Brasil segue bem projetada, refletindo não apenas as perdas reais, mas também o cenário de boa produtividade em várias regiões, o que, no somatório, melhora a expectativa para a safra brasileira de soja em 2025”, conclui Silveira.
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