Pandemia
Crescem casos de sofrimento mental na pandemia e profissionais indicam saídas
Diante de um cenário de incertezas com pandemia de Covid-19, profissionais da saúde relatam aumento de casos de pessoas em sofrimento mental que procuram ajuda médica e psicológica. Um ano após o primeiro caso em Mato Grosso, a situação está longe de melhorar e o estado enfrenta o pior momento desde o início da crise. Além do número de mortes, que já ultrapassa 7,2 mil, há muita instabilidade no campo econômico com a necessidade do isolamento social para evitar a contaminação. Tais fatores estão refletindo na saúde mental, fazendo surgir ou potencializar problemas como a ansiedade e depressão.
O psiquiatra Manoel Vicente menciona um aumento da prescrição psiquiátricas e estabilizadores de humor, além de antidepressivos em 17%, segundo o Conselho Federal de Farmácia. Mas ele conta que a situação já era prevista, o que demonstra que as pessoas estão buscando ajuda médica e tratamento para a saúde mental.
“Era de se esperar porque é evidente que uma situação dessa iria aumentar o estresse emocional imposto à população, e ainda bem que as pessoas estão conseguindo ter algum acesso aos tratamentos e acompanhamentos”, descreve.
Isso porque conforme as medicações se desenvolvem e as pessoas tem mais acesso à saúde, era esperado um crescimento neste consumo. No entanto, ele pondera que é de extrema importância que estas mesmas pessoas busquem profissionais da psicologia e, se possível, tratamentos com medidas cada vez menos farmacológicas.
Apesar dos sintomas da população estarem mais latentes no período de pandemia, existem cuidados que ajudam – como buscar poucas e boas fontes oficiais para às notícias, evitar as alarmantes.
Transtornos disparam, mas tratamentos também
A psicóloga Marli Pegorini acompanha alguns estudos realizados nos últimos meses com o objetivo de identificar as maiores causas de estresse psicossocial. Para ela, saber que há uma ameaça invisível sobre a qual não temos controle, podem gerar sintomas ansiogênicos, tais como crises de pânico, oscilações de humor e sintomas depressivos.
Marli menciona uma pesquisa quantitativa, descritiva e analítica da população brasileira em isolamento social – durante pandemia do novo coronavírus. “A autora (Carina B. Bezerra) faz referência à sua rotina modificada com alteração no padrão de sono, havendo, ainda, aqueles que mencionaram sentimento de tristeza ou preocupação”, conta Marli.
Outra pesquisa chamada “ConVid Comportamentos” realizada em abril de 2020, com parcerias como da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), chamou atenção da profissional – porque revelou o aumento do consumo de cigarro, bebida alcoólica, mais tempo de televisão e de internet, menos exercício físico, menos horas de sono e menos alimentação saudável.
“Estão surgindo muitos casos de ansiedade, depressão e insônia. Muitas pessoas poderiam ter pré-disposição para desenvolver um transtorno psiquiátrico, porém a pandemia pode ter sido o gatilho que faltava”, descreve.
A psicóloga revela que estes sintomas não significam “um caminho sem volta”, mas sim, pode ser o momento de voltar a atenção para si e dedicar tempo para entender o que está acontecendo.
Marli Pegorini sugere que as pessoas precisam expressar seus sentimentos e, para quem estiver perto, se possível, apenas ouvir e fornecer apoio a ela
O que fazer além da terapia?
Para a psicóloga em algum momento as pessoas precisam expressar os seus sentimentos. Para quem estiver perto, se possível, apenas ouvir e fornecer apoio, sem julgamento, ajuda. “Em vez de tomar o assunto e dar conselhos, procure apenas ouvir e demonstrar compreensão”, reforça.
Algumas sugestões de hábitos saudáveis como exercícios físicos e atividades de lazer são válidas. “Você pode convidar, mas o outro tem a liberdade para aceitar. Se forçar a barra, o outro pode se sentir mais culpado por não conseguir e se afastar, entenda que não é simplesmente falta de vontade”.
Além disso, procurar manter-se ativo. Organizar uma rotina de atividades, minimizando as angústias e inseguranças que possam surgir. Atividades manuais, intelectuais e físicas são excelente alternativas.
“Faça planejamentos diários ou a cada três dias, sem criar expectativas difíceis demais de serem realizadas neste momento. Mesmo dentro de casa planeje sua rotina, mantenha horários regulares para levantar e se deitar, mantenha os cuidados usuais e rotinas de alimentação”, indica.
Perceber pensamentos invasivos e repetitivos que levam à ansiedade, aceitar que eles existem, mas que podem não corresponder à realidade, cada pessoa tem um método para lidar com isso. “Aceite o momento presente, mas lembre-se que vai passar. Se estiver em sofrimento intenso, busque ajuda profissional de psicólogos e psiquiatras, pois há profissionais e serviços disponíveis mesmo à distância”, finaliza.
Rd News
Pandemia
Com 93% das cidades com risco MT esta sem leitos para pacientes com Covid-19
Os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinados para pacientes com Covid-19 em Mato Grosso chegaram a 100% de lotação nesta segunda-feira (26), segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT). O estado tem 38 leitos adultos na rede pública estadual, sendo 20 vagas no Hospital Metropolitano, em Várzea Grande, e 18 no Hospital Regional Hilda Strenger Ribeiro, em Nova Mutum.
Conforme o Painel da SES, os leitos de UTI infantil estão com taxa de ocupação de 20%. Das cinco vagas disponíveis, uma está ocupada em Mato Grosso.
Os dados mostram que a contaminação pelo vírus continua em alta no estado. A secretaria informou que 92,9% dos municípios estão na lista de classificação de risco para transmissão da Covid-19. São 51 cidades em risco muito alto, 43 em alto, 23 como moderado e 14 como baixo.
Os municípios com risco baixo possuem menos de 25 casos da Covid-19 por 100 mil pessoas, em 14 dias. Já em nível moderado representa de 25 a 150 casos da doença por 100 mil pessoas, em um período de 14 dias.
Em nível alto são 150 a 499 casos por 100 mil pessoas. Já em risco muito alto registram mais de 500 casos da doença por 100 mil pessoas.
Morte no Natal
Uma mulher de 54 anos morreu em decorrência da Covid-19 no dia de Natal, comemorado nesse domingo (25). A morte foi registrada em Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a paciente tinha registros de comorbidades. Ela deu entrada na UTI do Hospital das Clínicas no dia 3 deste mês, onde permaneceu até o momento do óbito.
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