ÁGUA BOA

Policial

Homem detido a cerca de trinta dias em Água Boa por ter o mesmo nome de outro preso ganha liberdade após atuação da Defensoria

Publicado em

Como Diego não portava nenhum documento de identidade, a Polícia realizou uma identificação indireta e concluiu que o detido seria Diego da Silva, que cumpre pena em Várzea Grande
Diego da Silva, 35 anos, que trabalhava na balsa que faz a travessia entre Cocalinho-MT e Mozarlândia-GO, e morava em uma escola abandonada, foi preso no dia 9 de abril por porte ilegal de arma de fogo quando caçava um animal para matar sua fome. A Polícia fez identificação indireta e concluiu que ele já tinha várias condenações e cumpria pena em regime fechado em Várzea Grande. Por não ter documento de identidade com foto, mesmo sendo réu primário, juiz não concedeu liberdade provisória. Defensoria Pública de Mato Grosso conseguiu obter um novo documento de identidade para Diego, com o auxílio da Defensoria Pública de Goiás, e dia 18, a Justiça revogou a prisão preventiva.

Nesta terça-feira (18), Diego da Silva, 35 anos, conseguiu a revogação de sua prisão preventiva com o auxílio da Defensoria Pública. O soldador, que trabalhava na balsa que faz a travessia entre Cocalinho-MT e Mozarlândia-GO, no Rio das Mortes, e morava em uma escola abandonada, foi detido pela Polícia Militar, no dia 9 de abril, por parte ilegal de arma de fogo quando caçava um animal para matar sua fome.

Como Diego não portava nenhum documento de identidade, a Polícia realizou uma identificação indireta e concluiu que o detido seria Diego da Silva, que cumpre pena em Várzea Grande. Durante a audiência de custódia, Diego, que nasceu em Goiás, afirmou que não possuía nenhum processo e não devia nada para a Justiça.

Porém, após a juntada da folha de antecedentes, surgiu a informação de que Diego da Silva já ostentava várias condenações e que cumpria pena em regime fechado em Várzea Grande. Mesmo com o pedido da Defensoria Pública para a concessão de liberdade provisória por ele ser réu primário, não reincidente, diferente do seu homônimo, o juiz manteve a custódia preventiva, com base exclusivamente na ausência de documento de identificação com foto. Com isso, Diego ficou preso na Penitenciária de Água Boa.

Leia Também:  Motociclista que assediava mulheres com tapa nas nádegas em Barra do Garças é identificado

Começou, então, a saga para libertar Diego, que obviamente não era a mesma pessoa que estava detida em Várzea Grande, já que, de acordo com a segunda Lei de Newton, dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo.

Tão logo tomou conhecimento do caso, o defensor público recém-empossado, Thiago Alexander Amaral e Silva protocolou pedido de revogação de prisão preventiva ou substituição por medida cautelar diversa da prisão junto ao juízo da 3ª Vara Criminal de Água Boa, no dia 30 de abril.

O defensor público chegou a ir pessoalmente à Penitenciária Major Zuzi Alves da Silva, em Água Boa, para fazer a coleta das digitais de Diego e também obter sua ficha de qualificação. “Na oportunidade, tive contato pessoal com o assistido e garanti que dois defensores estavam empenhados no caso dele e que não iríamos descansar até que justiça fosse feita”, contou.

  O Defensor Público Thiago Alexander Amaral.

Na visão da Defensoria Pública, o documento já comprovaria que os antecedentes criminais juntados pela Polícia Civil de Água Boa eram de pessoa diversa. Entretanto, o pedido foi rejeitado pelo magistrado, sob a justificativa de que “não havia prova material robusta acerca da identificação civil do custodiado”.

Em seguida, a Defensoria Pública de Mato Grosso entrou em contato com a Polícia Federal, a Politec e o Cartório de Registro Civil de Porangatu-GO, onde Diego nasceu, no dia 7 de outubro de 1985. Entretanto, todas as diligências foram negativas. Enquanto isso, Diego permanecia preso injustamente, no entendimento da Defensoria Pública.

Foi então que, após contato com a Defensoria Pública de Goiás, foi providenciado o prontuário de identificação de Diego, com fotos e impressões digitais. A defensora pública Laura Silveira, responsável pela Execução Penal em Goiás, foi fundamental para o esclarecimento do caso.

Leia Também:  Polícia Civil cumpre mandados em Aragarças contra membros de facção envolvidos no tráfico interestadual de drogas

Imediatamente, o defensor público Thiago Alexander Amaral e Silva solicitou novamente a concessão de liberdade provisória, pedido este que obteve parecer favorável do Ministério Público Estadual.

“Após tudo isso, com as novas provas, protocolizamos, mais uma vez, pedido de revogação de prisão no dia 17 de maio, que, enfim, foi acolhido pelo magistrado no dia 18, colocando em liberdade mais um cidadão que não deveria estar atrás das grades. O erro do Estado foi reparado!”, ressaltou o defensor público, que tomou posse no dia 6 de abril e, concidentemente, tem o mesmo sobrenome de Diego – Silva.

Além de ter o mesmo nome e sobrenome do reeducando de Várzea Grande, as mães dos dois também têm o mesmo nome. No entanto, a data e o local de nascimento são diferentes.

Segundo a defensora pública Corina Pissato, que também atuou no caso, mesmo sendo uma decisão absurda, existe previsão legal – a ausência de documento de identificação com foto.

“Esta poderia ser mais uma história de descaso e injustiça, mas felizmente Diego pode ser atendido pela Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, que conta com profissionais altamente preparados para o exercício da função, munidos de resiliência, olhar atento e muito amor no coração”, afirmou Corina.

O defensor público Thiago Alexander Amaral e Silva, que também é goiano (natural de Goiânia), comemorou a decisão judicial. “Finalmente, Diego teve sua liberdade devolvida e poderá recomeçar sua vida”, arrematou.

O diretor-adjunto da Penitenciária de Água Boa informou a Defensoria Pública que Diego será liberado quinta-feira (20/05) pela manhã.

Olho no Araguaia – Olhar Alerta

COMENTE ABAIXO:
Advertisement
Click to comment

You must be logged in to post a comment Login

Leave a Reply

Policial

Gado furtado de propriedades rurais em Nova Xavantina (MT) é recuperado pela polícia

Published

on

Policiais civis da Delegacia de Nova Xavantina (645 km a leste de Cuiabá) recuperaram dois bois e outros objetos produtos de furto, na quinta-feira (13.2), durante investigação para apurar crimes na zona rural do município.

Foram localizados equipamentos como motoserra, pistolas de vacina animal, brincos de numeração animal, e uma cabeçada de argola utilizada para montaria em animal, furtados de duas propriedades rurais da região.

Um dos furtos foi na segunda-feira (10), em um sítio a cerca de 70 quilômetros da cidade. A vítima relatou ao chegar na sua propriedade percebeu que os arreios não estavam no local. Um boi estava enroscado em um cabo de aço no curral, e o gado estava arisco, nem chegava no curral.

Diante dos fatos a equipe realizou diligências e localizou os produtos furtados em uma área rural, a qual havia sido arrendada por um homem integrante de facção criminosa, para prática de tráfico de drogas.

As duas cabeças de gado, a “tráia” de arreio completa, freezer, motoserra, ar condicionado, micro-ondas, caixa de som, pistolas de vacina animal, vários brincos de controle animal, entre outros pertences foram apreendidos e restituídos pra as vítimas.

Leia Também:  Autor de homicídio no Maranhão é preso pela PM em Canarana

Após a recuperação dos produtos furtados, as investigações continuam para identificar e prender os autores e outros envolvidos nos crimes.

COMENTE ABAIXO:
Continuar lendo

AGUA BOA

VALE DO ARAGUAIA

MATO GROSSO

POLICIAL

MAIS LIDAS DA SEMANA