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OPERAÇÃO ROTA FINAL

Deputado tentou criar taxa para aumentar lucros da “máfia dos ônibus” em MT

Dilmar Dal Bosco assinou uma indicação para que usuários pagassem valor

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O deputado estadual Dilmar Dal Bosco (DEM) tentou “emplacar” a cobrança de embarque nos ônibus que realizam o transporte de passageiros em Mato Grosso em pontos de parada – geralmente localizados em postos de combustíveis ou estabelecimentos comerciais ao longo das rodovias. A iniciativa teria como objetivo “maximizar” os lucros dos empresários que prestam o serviço no Estado, como Eder Pinheiro, dono da Verde Transportes.

A informação consta de investigações do Ministério Público do Estado (MPMT), que além de Dilmar Dal Bosco, denunciou o ex-deputado estadual Pedro Satélite (PSD), e mais 12 pessoas,  suspeitas de improbidade administrativa. Os autos são derivados da operação “Rota Final”, que apura um “lobby” de empresários do setor de transportes contra a concessão do serviço, mediante a regulação pelo Estado via edital.

Há também a suspeita de pagamento de propinas que ultrapassam R$ 3,86 milhões. Segundo informações das investigações, Dilmar Dal Bosco foi o autor de uma indicação endereçada ao Governo do Estado, à Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra), e também à Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados (Ager), em fevereiro de 2020.

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Segundo ele, há a “necessidade de viabilizar a cobrança de tarifa de embarque nos pontos de parada”. A taxa é prevista em normas reguladoras, porém, incide apenas nas rodoviárias – e não em pontos de parada, que via de regra possuem contratos com as viações de ônibus.

A relação entre as empresas que realizam o transporte rodoviário, e os pontos de parada, costuma ser de benefício mútuo. Enquanto os passageiros possuem uma opção de alimentação, higienização e descanso nos pontos de rodovias não raro são ermos.

Desta maneira, em tese, há uma procura maior de passagens de viações que oferecem o serviço, que, por sua vez, beneficiam os pontos de parada que obtém recursos com a venda destas comodidades aos viajantes a cada ônibus que ali estaciona. Para Dilmar Dal Bosco, porém, as viações possuem “custos” por uma suposta “manutenção” destes pontos de paradas – lembrando que eles geralmente não pertencem a empresas ou empresários do transporte rodoviário, e sim comerciantes.

“Em termos simplificados, esses locais – pontos de parada – são estabelecimentos privados onde os motoristas interrompem a viagem e permanecem com os ônibus estacionados durante algum tempo para que tripulantes e passageiros usufruam das utilidades nele oferecidas, como alimentação, conforto, descanso, higiene, entre outros, desde que paguem o preço do produto ou serviço respectivo”, diz a denúncia do MPMT, ao acrescentar que “logo, as diversas despesas com estes locais, como limpeza dos banheiros, manutenção predial, eletricidade dentre outras foram alocadas pelo corréu Dilmar Dal Bosco sem demonstração concreta alguma de que se trata de uma realidade amplamente inerente à categoria e que requeira a intervenção do Estado, sobretudo, no sentido de criar mais um ônus aos cidadãos”.

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Uma consulta aos projetos dos deputados estaduais da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) revela que a indicação foi aprovada pelos deputados estaduais em março de 2020. A cobrança, no entanto, é considerada abusiva pelo Procon, e já foi alvo de uma ação no Poder Judiciário de Mato Grosso, que a declarou ilegal.

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Política

Luta e celebração marcam comemoração dos povos originários

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“Um dia para celebrar nossa resiliência, nossa resistência. A gente precisa celebrar a conquista de estar na faculdade, nos espaços que ainda precisam ser conquistados. Celebrar a nossa existência!” A frase é uma reflexão de Eliane Xunakalo, presidente da Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt) sobre o dia 19 de abril, em que se comemora o Dia dos Povos Indígenas.

Em Mato Grosso, a Assembleia Legislativa (ALMT) atua na defesa dos direitos da população indígena do estado por meio de iniciativas como câmara setoriais temáticas, frentes parlamentares, propostas de leis e na realização de audiências públicas. Este ano, no dia 5 de abril, o deputado Lúdio Cabral (PT) presidiu uma grande audiência pública em Cuiabá. O evento reuniu mais de 300 pessoas representantes de diferentes etnias na praça Ulisses Guimarães para discutir políticas públicas para a população indígena em todo o estado.

Mas a atuação da ALMT também foi marcada, em 2022 e 2023, pela Câmara Setorial Temática das Causas Indígenas. Presidida pelo deputado Carlos Avallone (PSDB), a CST realizou discussões importantes, principalmente sobre questões relacionadas à saúde e à educação para os povos indígenas. No ano passado, inclusive, representantes da Câmara e o deputado Carlos Avallone visitaram a Faculdade Indígena Intercultural (Faindi), a primeira do Brasil e que está instalada em Barra do Bugres.

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Entre os pontos destacados pela Câmara, está a necessidade de uma ação entre as fontes de financiamento e as demandas indígenas reais para fornecer recursos para que as sociedades indígenas cumpram os destinos desejados. Além disso, o relatório da CST também chama a atenção para uma maior participação dos povos originários no debate e na formulação de ações para atender as demandas existentes.

Foto: Ronaldo Mazza

“Apesar das limitações conceituais, epistemológicas, demográficas, organizativas e, principalmente, políticas que hoje se evidencia para a formulação e implementação de uma estratégia de refundação da temática indígena, a partir da ideia de autodeterminação e autonomia territorial indígena, entendemos ser necessário, ao menos, tentar sobre a participação política dos povos indígenas nas instâncias de Poder Legislativo brasileiro”, traz o relatório.

Eliane Xunakalo, presidente da Fepoimt, explica que a representatividade dos povos indígenas na construção de políticas públicas ainda é baixa e que é precisou ouvir mais a população para identificar suas demandas, incluí-la na elaboração das propostas que vão desde a demarcação de terras, até educação, saúde, emprego.

“Estamos propondo diálogo, somos nós que sabemos da realidade no chão da aldeia. Temos demandas na área da saúde, educação, valorização da cultura, demarcação de território, fomento às cadeias produtivas nas quais fazemos partes. Assuntos em que a Assembleia pode contribuir muito com a gente”, afirma Eliane.

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Curiosidade – O 19 de Abril foi instituído, em 1943, pelo então presidente Getúlio Vargas, como o Dia do Índio. Na época, a data foi escolhida após o primeiro Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México, em 1940, e que ficou recomendado aos países americanos a adoção desta data para celebrar o dia dos povos originários.

Quase 80 anos depois, o nome da data foi alterado para Dia dos Povos Indígenas, atendendo uma proposta da deputada Joenia Wapichana, de Roraima. De acordo com a parlamentar, a intenção ao renomear a data é ressaltar, de forma simbólica, não o valor do indivíduo estigmatizado “índio”, mas o valor dos povos indígenas para a sociedade brasileira.

“O propósito é reconhecer o direito desses povos de, mantendo e fortalecendo suas identidades, línguas e religiões, assumir tanto o controle de suas próprias instituições e formas de vida quanto de seu desenvolvimento econômico”, afirmou a deputada quando o texto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

Com informações da Agência Câmara.


Secretaria de Comunicação Social

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Fonte: ALMT – MT

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