HOSPITAL REGIONAL
Confresa ou Porto Alegre: governador deve anunciar a qualquer momento
O governador Mauro Mendes (DEM) deve anunciar a qualquer momento se em Confresa ou Porto Alegre do Norte onde será construído o Hospital Regional, orçado em 75 milhões de reais, e que vai dotar a região Norte Araguaia de infraestrutura de atendimento de saúde pública.
Na visita de 14 de maio que fizera às duas cidades, Mauro Mendes, apesar da insistência de muitos que o recepcionaram não fez a esperada revelação e preferiu visitar áreas tanto em Confresa quanto a Porto Alegre do Norte e garantiu que o anúncio sairia, no máximo, em 10 dias.
Em todo caso seu anúncio trouxe certo alento aos moradores de ambos os municípios, embora a promessa de se construir um HR na região remonte a administrações anteriores a de Mauro Mendes, a exemplo dos governadores Silval Barbosa e Pedro Taques.
Como se sabe, hospitais daquela região não atendem casos de alta complexidade, o que tem obrigado prefeitos a recorrerem com seus pacientes aos polos regionais de Água Boa, Barra do Garças ou da capital Cuiabá, a mais de 1000 quilômetros de distância.
Numa entrevista a este portal de notícias, a prefeita de São Félix do Araguaia disse, em certa ocasião, que a remoção de um paciente de sua cidade para Cuiabá por via aérea, os custos nunca ficam abaixo de 13 mil reais.
Logo, com a construção desse HR anunciado por Mendes, esse problema vital no cotidiano dos municípios do Norte Araguaia será suprimido. Enquanto isso, em meio a essa expectativa, hoje é o décimo primeiro dia do anúncio feito por Mendes de que anunciaria o nome da cidade, se Porto Alegre do Norte ou Confresa. Diga governador!
Vale do Araguaia
Terras indígenas da Amazônia influenciam chuvas que abastecem o agro
Influência abrange 80% da área das atividades agropecuárias no país
Estudo divulgado nesta terça-feira (2) pelo Instituto Serrapilheira indica que terras indígenas da Amazônia influenciam as chuvas que abastecem 80% da área das atividades agropecuárias no país.
Os dados indicam que, em 2021, a renda econômica do setor agrícola nas áreas mais beneficiadas por essa dinâmica chegou a R$ 338 bilhões — 57% do total nacional.
“A conclusão é que o impacto da preservação das TIs [terras indígenas] vai além do meio ambiente, destacando-se como peça-chave para a segurança hídrica, alimentar e econômica do Brasil”, destacou o instituto.
Estados
O estudo revela que pelo menos 18 estados e o Distrito Federal encontram-se parcial ou totalmente dentro da área de influência de terras indígenas amazônicas.
“Em estados como o Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, há regiões onde a chuva proveniente da reciclagem de água feita pelas florestas das TIs amazônicas chega a um terço do total anual de cada local.”
De acordo com o instituto, até 30% da chuva média que cai sobre as terras agropecuárias do país está diretamente relacionada à eficiente reciclagem de água nesses territórios.
Apesar das conclusões, Rondônia e Mato Grosso, que figuram entre os nove estados mais influenciados por essa chuva, estão entre os que mais desmataram florestas desde 1985.
Segurança alimentar
Os dados mostram que as chuvas provenientes dessas terras indígenas também contribuem diretamente para a segurança alimentar nacional, uma vez que a participação da agricultura familiar no valor da produção total supera 50% em vários estados influenciados.
“Na prática, a Amazônia ‘irriga’ grande parte do país por meio dos chamados ‘rios voadores’: a umidade reciclada nas florestas das terras indígenas amazônicas é transportada pela atmosfera e se torna chuva em outras regiões do Brasil, como o Centro-Oeste e o Sul”, destacou o Instituto Serrapilheira.
Esse mecanismo natural de geração de chuva, segundo o estudo, depende da manutenção de áreas de florestas nativas conservadas, responsáveis pelo bombeamento de umidade para a atmosfera.
Entenda
As terras indígenas ocupam atualmente cerca de 23% da chamada Amazônia Legal, incluem mais de 450 territórios e abrigam cerca de 403,6 mil pessoas.
“Elas atuam como barreira ao desmatamento ao longo da história.: dos 4,4 milhões de hectares desmatados no bioma Amazônia entre 2019 e 2023, apenas 3% (130,2 mil hectares) ocorreram dentro de TIs.”
De acordo com o instituto, isso acontece porque grande parte das atividades desenvolvidas em terras indígenas é realizada de maneira integrada ao ecossistema, envolvendo formas de uso e manejo que não necessariamente implicam remoção da vegetação nativa.
“Existe, assim, relação intrínseca entre a proteção territorial de povos indígenas e a conservação de ecossistemas”, concluiu.
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