CRISE HÍDRICA
Bioma Ameaçado – Pantanal de MT pode ter uma das secas mais graves da história
Desde o início da estação chuvosa, em outubro, é observado um déficit de chuvas na Bacia do Rio Paraguai

– Diário de Cuiabá
Em plena estação das águas, a Bacia do Rio Paraguai, que abastece o Pantanal em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, passou por um período de baixa precipitação, o que deve ter reflexo agora, durante o período de estiagem.
Com isso, o bioma pantaneiro pode sofrer uma das piores secas de sua história neste ano, com consequências severas para a biodiversidade.
O alerta foi feito, na semana passada, pelo pesquisador Marcus Suassuna, do Serviço Geológico do Brasil (SGB), durante a 1ª reunião da Sala de Crise da Bacia do Alto Paraguai, realizada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (Ana).
O problema se agrava devido às altas temperaturas e aos índices baixos de Umidade Relativa do Ar (URA), que aumentam a probabilidade de ocorrência de incêndios florestais.
“Desde o início da estação chuvosa, em outubro, é observado um déficit de chuvas na Bacia do Rio Paraguai. Foram observados aproximadamente 660 mm, quando eram esperados 940 mm. Em abril, choveu 20 mm acima do esperado na região, o que foi uma notícia boa. Mas esse volume não compensa o déficit acumulado desde outubro, e os níveis dos rios permaneceram abaixo da média”, disse.
Na região, o monitoramento aponta que foram registrados déficits de precipitações de 300mm em média, no período chuvoso de 2023/2024.
Pela hidrovia pantaneira são escoados minérios, soja e gado.
De acordo com os dados, datados do último dia 9 deste mês e disponíveis em boletim extraordinário do Sistema Hidrológico da bacia, a manutenção dos baixos níveis da água na bacia permanece.
Exemplo disso ocorre em Cáceres (225 km a Oeste de Cuiabá), onde a régua de medição do Rio Paraguai estava em 1,94 metro, sendo a média histórica de 3,60m.
Na mesma data, em Santo Antônio de Leverger (27 km ao Sul de Cuiabá), o nível observado foi de 2,58m, enquanto o esperado era de 4,01m; e em Barão de Melgaço, a marca verificada foi de 2,48m, sendo a média de 3,84m.
Já em Cuiabá, a estação de referência estava em 1,10m, sendo a cota histórica de 1,84m. No vizinho Mato Grosso do Sul, a situação é semelhante.
Em Porto Murtinho (MS), a cota estava em 2,28m, enquanto o esperado era de 4,75m.
PLANO DE AÇÃO – A previsão de cenário crítico foi lembrada pela secretária do Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, durante o anúncio da destinação de R$ 74,5 milhões para o combate de crimes ambientais em todo o território mato-grossense ao longo deste ano pelo Governo de Mato Grosso, na tarde da última quinta-feira (9).
“O modelo que o Governo de Mato Grosso adotou tem se mostrado o mais eficiente no cenário nacional. Conseguimos efetivamente melhorar as ações de resposta e responsabilização, mas o desafio continua tendo em vista que neste ano as previsões apontam para cenários críticos na Bacia do Paraguai”, disse.
O investimento foi anunciado pelo governador Mauro Mendes, durante a reunião do Comitê Estratégico para o Combate do Desmatamento Ilegal, a Exploração Florestal Ilegal e aos Incêndios Florestais (Cedif).
“Todos os anos investimos no combate aos crimes ambientais. Neste ano, são mais R$ 74,5 milhões que poderiam ter sido alocados para outros setores, mas entendemos a importância de combater estas ilegalidades”, disse Mendes, que preside o comitê.
Vale lembrar que neste ano, o período proibitivo de uso do fogo foi ampliado e contará com prazos diferentes para os biomas mato-grossenses.
Na Amazônia e Cerrado, fica proibido o uso do fogo para limpeza e manejo de áreas entre 1° de julho e 30 de novembro.
Já no Pantanal, a proibição se estende até 31 de dezembro.

Cidades
Nova frente fria traz chuva superior a 100 mm e alerta de temporais durante a semana
Primeiros dias úteis de fevereiro devem trazer clima severo a grande parte do país. Confira a previsão do tempo entre os dias 3 e 7.


Sul
Não chove na maior parte do Rio Grande do Sul e o calorão continua na Fronteira Oeste gaúcha. Risco de chuva moderada no litoral norte e na serra do estado.
Chove em forma de pancadas em Santa Catarina. Risco de temporais no leste e litoral do Paraná. O tempo começa a virar na região a partir de quarta-feira (5) com o avanço de uma nova frente fria levando chuva e temporais para quase todas as áreas do Sul.
Em cinco dias, o volume de chuva deve chegar a aproximadamente 100 mm nas faixas lestes catarinenses e paranaenses, o que pode causar alagamentos e transtornos nos trabalhos em campo. No Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e oeste do Paraná o acumulado da semana varia entre 30 mm e 50 mm.
A tendência é que o mês de fevereiro seja chuvoso em todos os estados, o que pode ajudar no enchimento de grãos de algumas lavouras, especialmente em Santa Catarina e no Paraná, mas também pode trazer impactos devido ao excesso de umidade.
Sudeste
A semana ainda começa instável com frente fria se deslocando na altura do Sudeste. Chove a qualquer momento em São Paulo e no Triângulo de sul de Minas Gerais com risco alto de temporais, em volumes que podem chegar a 100 mm, o que deve gerar estado de atenção. Não chove no nordeste mineiro e nem no Espírito Santo.
No Rio de Janeiro, Espírito Santo e centro-norte de Minas Gerais, semana mais ensolarada, com chuva acumulada de até 15mm. O produtor deve aproveitar a janela de tempo firme para realizar o manejo do solo e o tratamento fitossanitário, principalmente nas lavouras de café da região.
Centro-Oeste
Não chove no oeste e sudoeste de Mato Grosso do Sul, mas as pancadas continuam nas demais áreas do estado. Dia de sol, temperaturas altas em Campo Grande e chuva à tarde, típico do verão. Tempo mais instável no centro-leste e norte de Mato Grosso e no estado de
Goiás.
Semana ainda chuvosa em território mato-grossense e em Goiás com acumulados superiores a 100 mm em cinco dias, o que continuará atrasando a colheita da soja e a semeadura do algodão e do milho segunda safra. Em Mato Grosso do Sul, na porção sul, leste e nordeste do
estado, a chuva da semana gira em torno de 50 mm, mantendo a boa umidade do solo
sem prejudicar os trabalhos em campo.
Já na porção oeste e noroeste do estado, a chuva deve variar entre 10 e 20 mm, o que ainda ajuda na reposição hídrica do solo e alivia o calorão na região.
Nordeste
Muitas nuvens e chuva a qualquer momento no sul do Maranhão, Piauí e oeste da Bahia. Chove em forma de pancadas com risco para raios no litoral maranhense e no Ceará. Pancadas mais irregulares com moderada intensidade nos litorais do Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco e da Bahia.
Em cinco dias a chuva é mais volumosa no estado do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, centro norte do Maranhão e centro norte do Piauí com 80 mm, o que prejudica os trabalhos em campo nestas regiões que o solo se encontra com excesso de umidade. No sul maranhense, centro sul do Piauí, leste e oeste da Bahia, o acumulado da semana é de, aproximadamente, 20 mm.
Na porção central do território baiano, a semana é mais seca, pois a chuva acumulada não deve chegar a 5 mm, provocando estresse hídrico nas lavouras de sequeiro.
Norte
O tempo fica mais ensolarado pela manhã em Manaus, mas chove forte à tarde. Pancadas a qualquer momento no sul do Amazonas, no Pará, Tocantins, Amapá e em Rondônia, com risco alto de temporais.
Semana chuvosa nos estados do Pará, Amapá, Roraima, Rondônia, Acre e Amazonas com volume superior a 100 mm em cinco dias, prejudicando os trabalhos de campo em todas as regiões. Porém, em Tocantins, a chuva deve dar uma trégua nos próximos dias, com acumulado previsto entre 20 mm e 30 mm.
-
Acidente4 dias ago
Comerciante morre afogada após ser arrastada por correnteza no Rio Araguaia, dizem bombeiros
-
Cidades4 dias ago
Onça ataca e mata homem em fazenda no Pantanal
-
Policial4 dias ago
Polícia Civil apreende grande quantidade de ecstasy e cocaína em Vila Rica
-
Agua Boa4 dias ago
PM flagra condutor sem habilitação e responsável pelo veículo n trânsito de Água Boa
-
GERAL4 dias ago
Funeral do papa Francisco será realizado sábado, anuncia Vaticano
-
Agronegócio4 dias ago
Força do Campo – Valor da produção agropecuária de MT em 2025 é estimada em quase R$ 200 bilhões
-
Cidades5 dias ago
Do funeral ao Conclave: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco
-
Policial6 dias ago
Empresário morre após avião agrícola cair em fazenda de MT