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QUEIMADAS

Organizações enviam carta pedindo ajuda internacional para combate de incêndios no Pantanal de MT e MS

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Focos de incêndio saltaram 1000% no Pantanal em 2024, se comparado o mesmo período de 2023. Foto: Gustavo Figueirôa/Arquivo Pessoal

– Agência da Notícia

Mais de 30 organizações assinaram uma carta que foi enviada ao Ibama e aos governos estaduais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, na última quinta-feira (13), propondo a busca por um auxílio internacional por meio do Centro de Coordenação de Resposta de Emergência da União Europeia (CCRE) para o enfrentamento da seca e os incêndios florestais que tem atingido o Pantanal. (leia carta na íntegra no final da matéria)

O documento detalha que o Pantanal enfrenta recorrência de incêndios florestais, como os que destruíram quase um terço da área em 2020 e afirma que em 2024 a situação se agrava novamente, com novos focos de calor sendo registrados.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), somente em junho, mais de 1,3 mil focos ativos de calor foram registrados em Mato Grosso, sendo 235 na região do Pantanal, um crescimento de mais de 1300% em comparação a junho de 2023.

O governo de Mato Grosso lançou, nesta segunda-feira (17), a Operação Pantanal 2024, que procura evitar que o fogo destrua a região como em anos anteriores.

O bioma equivale a quinze milhões de campos de futebol, sendo dividida pelos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Leia carta completa:
QUEIMADAS
A Sua Excelência o Senhor Mauro Mendes Governador do Estado de Mato Grosso

Senhora Mauren Lazzaretti Secretária de Meio Ambiente do Estado de Mato Grosso

Excelentíssimo Senhor Governador Mauro Mendes,

Ao cumprimentar cordialmente a Vossa Excelência, nós, do Observatório Pantanal, representando mais de 30 organizações da sociedade civil que subscrevem esta carta, pedimos ao senhor que solicite ajuda internacional para enfrentamento da seca e dos incêndio florestais que assolam o Pantanal através do Centro de Coordenação de Resposta deEmergência da União Europeia.

O Pantanal ainda se recupera dos incêndios florestais que destruíram quase um terço de sua área em 2020 e de outros que o atingiram em anos subsequentes. No entanto, ainda no início da estação seca, já enfrenta novamente grandes incêndios florestais que o devastam mais uma vez neste ano.

Em maio, o Serviço Geológico Brasileiro (SGB) alertou que o Pantanal poderia enfrentar neste ano uma de suas piores secas. As projeções do SGB mostravam que, se nos próximos meses chovesse dentro da média (160 mm), 2024 poderia ter um cenário semelhante ao ano de 2020, quando o rio Paraguai atingiu -32 cm em Ladário – estação de referência e com a série histórica mais longa.

O órgão ainda alertou que, em um cenário de chuvas abaixo da média, a situação poderia ser ainda mais grave. Ainda no mesmo mês, dias mais tarde, a Agência Nacional de Águas (ANA) declarou situação crítica de escassez de recursos hídricos na bacia do rio Paraguai, a principal fonte de água do Pantanal. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse recentemente que “isso é a primeira vez que estáacontecendo”.

De janeiro até o dia 10 de junho foram registrados mais de 1300 focos de calor na maior área úmida tropical do mundo. O número é mais de 940% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.

As previsões para os próximos meses também são alarmantes, não apenas diante das mudanças climáticas, mas também de eventos climáticos esperados para 2024, como a transição do El Nino para La Niña que poderá agravar ainda mais a seca no segundo semestre, conforme nota emitida pelo Centro Nacional de Monitoramento e Desastres Naturais (Cemaden).

Neste cenário, é essencial que o governo do estado reconheça suas limitações operacionais, de recurso, equipamento e equipes para combate dos incêndios florestais no Pantanal e para a proteção das vidas humanas e não-humanas que habitam o bioma.

Neste ínterim, pedimos, através deste ofício, que o governo do estado de Mato Grosso acione o Centro de Coordenação de Resposta de Emergência da União Europeia.

Qualquer país do mundo pode pedir ajuda ao mecanismo de Proteção Civil da União Europeia quando a dimensão de uma emergência ultrapassa as suas capacidades de resposta a nível individual. Na sequência do pedido de assistência de um país, o CCRE coordena e mobiliza a assistência ou os conhecimentos técnicos disponibilizados pelos Estados-Membros.

Nos últimos anos, o fundo alocou recursos para o combate de incêndios florestais na América do Sul. Especificamente, em 2017, 2019 e 2023, a União Europeia enviou peritos e bombeiros para ajudar o Chile e a Bolívia a combater alguns dos piores incêndios florestais registados no continente.

O Brasil já recebeu ajuda do fundo em 2020, diante da crise sanitária de COVID-19; em 2023, diante da crise nutricional da população Yanomami; e também em 2024, em resposta às inundações devastadoras que afetaram 90% do território do Rio Grande do Sul.

Além disso, diante do aumento das catástrofes climáticas na América Latina, em 15 de maio de 2024, foi estabelecido um Memorando de Entendimento histórico sobre a gestão do risco de catástrofes como um novo instrumento de colaboração entre a União Europeia e a região da América Latina e Caribe, o que denota a compreensão da União Europeia acerca das necessidades crescentes de países como o Brasil de obterem auxílio internacional no enfrentamento de tragédias relacionadas ao colapso climático.

É de responsabilidade do governo do estado não só ampliar ao máximo a sua capacidade de enfrentamento desta temporada de incêndios florestais e seus desdobramentos, mas também de reconhecer as suas limitações de operação e solicitar toda a ajuda necessária e disponível em âmbito nacional e internacional.

Cordialmente,

Luciana Leite,

Co-fundadora e coordenadora geral, Chalana Esperança

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Cidades

Nova frente fria traz chuva superior a 100 mm e alerta de temporais durante a semana

Primeiros dias úteis de fevereiro devem trazer clima severo a grande parte do país. Confira a previsão do tempo entre os dias 3 e 7.

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 / Canal Rural
A primeira semana de fevereiro intensifica o tempo típico do verão com chuva forte e calorão em grande parte do país. No Sul e no Sudeste, a chegada de uma nova frente fria traz precipitações ainda mais fortes do que as que afetaram as duas regiões nos últimos dias. Confira:

Sul
Não chove na maior parte do Rio Grande do Sul e o calorão continua na Fronteira Oeste gaúcha. Risco de chuva moderada no litoral norte e na serra do estado.

Chove em forma de pancadas em Santa Catarina. Risco de temporais no leste e litoral do Paraná. O tempo começa a virar na região a partir de quarta-feira (5) com o avanço de uma nova frente fria levando chuva e temporais para quase todas as áreas do Sul.

Em cinco dias, o volume de chuva deve chegar a aproximadamente 100 mm nas faixas lestes catarinenses e paranaenses, o que pode causar alagamentos e transtornos nos trabalhos em campo. No Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e oeste do Paraná o acumulado da semana varia entre 30 mm e 50 mm.

A tendência é que o mês de fevereiro seja chuvoso em todos os estados, o que pode ajudar no enchimento de grãos de algumas lavouras, especialmente em Santa Catarina e no Paraná, mas também pode trazer impactos devido ao excesso de umidade.

Sudeste
A semana ainda começa instável com frente fria se deslocando na altura do Sudeste. Chove a qualquer momento em São Paulo e no Triângulo de sul de Minas Gerais com risco alto de temporais, em volumes que podem chegar a 100 mm, o que deve gerar estado de atenção. Não chove no nordeste mineiro e nem no Espírito Santo.

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No Rio de Janeiro, Espírito Santo e centro-norte de Minas Gerais, semana mais ensolarada, com chuva acumulada de até 15mm. O produtor deve aproveitar a janela de tempo firme para realizar o manejo do solo e o tratamento fitossanitário, principalmente nas lavouras de café da região.

Centro-Oeste
Não chove no oeste e sudoeste de Mato Grosso do Sul, mas as pancadas continuam nas demais áreas do estado. Dia de sol, temperaturas altas em Campo Grande e chuva à tarde, típico do verão. Tempo mais instável no centro-leste e norte de Mato Grosso e no estado de
Goiás.

Semana ainda chuvosa em território mato-grossense e em Goiás com acumulados superiores a 100 mm em cinco dias, o que continuará atrasando a colheita da soja e a semeadura do algodão e do milho segunda safra. Em Mato Grosso do Sul, na porção sul, leste e nordeste do
estado, a chuva da semana gira em torno de 50 mm, mantendo a boa umidade do solo
sem prejudicar os trabalhos em campo.

Já na porção oeste e noroeste do estado, a chuva deve variar entre 10 e 20 mm, o que ainda ajuda na reposição hídrica do solo e alivia o calorão na região.

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Nordeste
Muitas nuvens e chuva a qualquer momento no sul do Maranhão, Piauí e oeste da Bahia. Chove em forma de pancadas com risco para raios no litoral maranhense e no Ceará. Pancadas mais irregulares com moderada intensidade nos litorais do Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco e da Bahia.

Em cinco dias a chuva é mais volumosa no estado do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, centro norte do Maranhão e centro norte do Piauí com 80 mm, o que prejudica os trabalhos em campo nestas regiões que o solo se encontra com excesso de umidade. No sul maranhense, centro sul do Piauí, leste e oeste da Bahia, o acumulado da semana é de, aproximadamente, 20 mm.

Na porção central do território baiano, a semana é mais seca, pois a chuva acumulada não deve chegar a 5 mm, provocando estresse hídrico nas lavouras de sequeiro.

Norte
O tempo fica mais ensolarado pela manhã em Manaus, mas chove forte à tarde. Pancadas a qualquer momento no sul do Amazonas, no Pará, Tocantins, Amapá e em Rondônia, com risco alto de temporais.

Semana chuvosa nos estados do Pará, Amapá, Roraima, Rondônia, Acre e Amazonas com volume superior a 100 mm em cinco dias, prejudicando os trabalhos de campo em todas as regiões. Porém, em Tocantins, a chuva deve dar uma trégua nos próximos dias, com acumulado previsto entre 20 mm e 30 mm.

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